A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira cerca de 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva em 18 estados e no Distrito Federal. A Operação Darknet tem como objetivo confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Pela primeira vez, a Polícia Federal rastreou o ambiente conhecido como Deep Web em operações de combate à pornografia infantil. A rede é considerada um meio seguro para que usuários da internet divulguem anonimamente conteúdos variados. A arquitetura desse ambiente impossibilita a identificação do ponto de acesso (IP), ocultando o real usuário que acessa a rede. Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar, na Operação Darknet, mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Até o momento, somente as polícias dos Estados Unidos e da Inglaterra realizaram investigações de crimes praticados através da Deep Web.
No decorrer da investigação, iniciada há um ano, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou de iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.
A Operação Darknet foi deflagrada simultaneamente por 44 unidades da Polícia Federal nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. As informações obtidas durante as investigações que envolvem suspeitos de outros países foram repassadas para autoridades de Portugal, Itália, Colômbia, México, Venezuela.
Há pesquisa que indica que entre os homens presos por posse de pornografia infanto-juvenil, 85% admitiram o contato sexual com crianças.
Fonte: Jornal Correio do Povo (RS)