Três laboratórios enviaram propostas para assumir o fornecimento do remédio asparaginase, usado no tratamento de leucemia, informou nesta terça-feira (22) o Ministério da Saúde aoG1. O medicamento está em risco de desaparecer das prateleiras de farmácias, além de hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), após a empresa responsável haver anunciado que vai suspender a distribuição nos próximos seis meses.
A ideia, afirma o ministério, é garantir a produção e venda de asparaginase no Brasil. De acordo com o ministério, dois dos laboratórios interessados no fornecimento são brasileiros, um público e o outro particular. Um terceiro, internacional, também apresentou proposta, segundo a pasta,
O ministério não deu mais detalhes sobre os laboratórios, mas informa que está aberto a receber novas propostas até o fim desta semana, e que começará a avaliá-las na próxima segunda-feira (28).
Um dos laboratórios cogitados enviou proposta ao ministério na última segunda-feira (21), e os outros dois, no fim da semana passada. Todos os pontos, como preço e capacidade de distribuição, devem ser analisados.
Reunião
Na quarta-feira (23), o Ministério da Saúde deve se reunir com representantes do laboratório Bagó, o atual responsável pelo asparaginase (vendido com o nome comercial Elspar), para discutir o motivo da suspensão da distribuição.
Também deve ser discutida a hipótese de a empresa transferir a tecnologia de produção do remédio para o Brasil, para garantir que ele continue a ser produzido, diz a assessoria da pasta.
O G1 procurou o laboratório Bagó para questionar os motivos da suspensão, mas não recebeeu resposta até o fechamento desta reportagem.
O ministério também estuda a alternativa de importar o remédio. Uma nota oficial da pasta afirma que “tal medida já ocorreu no Brasil, com o medicamento taliglucerase, usado no tratamento da doença de gaucher”.
Segundo o texto oficial, o taliglucerase recebeu autorização especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) “para atender situação emergencial também provocada pela interrupção no fornecimento de um único laboratório”.
Fonte: Rafael SampaioDo G1, em São Paulo