Presos e com bens bloqueados pela Justiça nesta segunda-feira (28/1), Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann, dois sócios da boate Kiss, em Santa Maria, já tinham ficha na polícia gaúcha: o primeiro é acusado de agredir clientes em duas ocasiões e ainda de se envolver em um acidente de trânsito com lesão culposa, e o segundo é suspeito de estelionato. As duas queixas de agressão contra Spohr foram comunicadas pelos próprios clientes da danceteria. Já a ocorrência de trânsito foi encontrada no banco de dados do Dinp (Departamento Estadual de Informatica Policial). Nos arquivos da polícia, o nome de Mauro Hoffmann aparece relacionado a um caso de estelionato, no entanto, a polícia não deu mais detalhes da acusação. As informações são do jornal O Globo.
Sob custódia da polícia gaúcha em hospital de Cruz Alta, onde alega que se internou por causa da inalação de fumaça, Kiko Spohr foi acusado de agressão corporal na danceteria no dia 18 de abril de 2010, mesmo ano do acidente de trânsito, como descrevem os boletins policiais. O outro caso de agressão a cliente da boate ocorreu no dia 30 de janeiro de 2011. Já o caso de estelionato envolvendo Mauro foi registrado no dia 20 de novembro de 2011. Estes boletins podem ou não virar inquérito policial, dependendo a decisão da autoridade responsável pela área.
Embora a polícia gaúcha o aponte como um dos donos da Kiss, Kiko tem em seu nome apenas 96% de participação na empresa Verdes Vales Distribuidora de Pneus, representante da GP Pneus em Santa Maria. Seu pai é dono da Pneus Continental. Na cidade e na cena artística gaúcha, Kiko é tido como o empresário da danceteria, responsável pela contratação das atrações, além de ser vocalista do Projeto Pantana, banda que se apresentava com frequência na Kiss e na Absinto Hall, outra casa noturna em Santa Maria ligada ao empresário Mauro Hoffmann.
A conta de Kiko Spohr no Facebook foi palco, durante esta segunda, de um confronto verbal entre amigos do empresário e internautas inconformados com o descaso da boate com a segurança dos frequentadores. O dono de uma empresa de produções artísticas, que pediu para não ser identificado, disse que Kiko não gostava de pagar cachês alegando que o palco da Kiss, por ser uma das casas noturnas mais conhecidas do Rio Grande do Sul, era uma vitrine para qualquer grupo musical.
Ao depor no dia do incêndio, Elissandro admitiu que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação. Ele culpou a banda Gurizada Fandangueira pelo início do incêndio e negou ter ordenado aos seguranças que impedissem a saída dos jovens da festa na hora que o fogo começou. Também negou ter retirado do local o computador que armazenava as imagens gravadas pelas câmeras de segurança da boate. As gravações não foram localizados na boate, razão pela qual a polícia pediu a prisão de Kiko, Mauro e de dois integrantes da Gurizada.
Fonte: Última Instância