O Brasil voltou a viver um dia de intensos protestos na quinta-feira, quando cerca de 100 mil pessoas, muitas das quais trabalhadores, foram às ruas reivindicar desde melhorias na saúde e na educação à reforma agrária, passando pela redução da jornada de trabalho, entre outras pautas.
O “Dia Nacional de Lutas”, que foi convocado pelas centrais sindicais, paralisou as principais capitais e cidades do País. Estimativas preliminares indicam que pelo menos 150 municípios apresentaram algum tipo de bloqueio ou retenção devido aos protestos.
No Rio de Janeiro, houve confronto com a polícia no centro da cidade e em Laranjeiras, na zona sul carioca, próximo ao Palácio Guanabara (sede do governo). A tropa de choque foi acionada e dispersou os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio.
Em São Paulo, duas pessoas ficaram feridas ao serem atropeladas por um motorista que tentou furar um bloqueio realizado por manifestantes.
Os protestos foram marcados por ocupação em estradas e rodovias. As passeatas também fecharam o acesso a alguns portos e impediram o funcionamento de serviços de transporte público e dos Correios. Em ao menos cinco Estados as agências bancárias não abriram normalmente.
Apesar de terem definido uma pauta de reivindicações, as centrais sindicais chegaram à paralisação nacional divididas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) apoia a reforma política, encampada pelo PT.
A proposta, entretanto, não é apoiada pela Força Sindical, cujo presidente, o deputado federal Paulo Pereira, mais conhecido como ‘Paulinho da Força’, é adversário político da presidente Dilma Rousseff.
Entre os temas de comum acordo estão a reforma agrária, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e a suspensão dos leilões de petróleo.
Violência
No Rio de Janeiro, houve quebra-quebra no Centro da Cidade. A manifestação, que começou pacífica, terminou com cenas de violência entre manifestantes e a polícia.
O confronto teria começado quando um grupo, conhecido como Black Bloc, que acompanhava a passeata convocada por centrais sindicais, provocou a Polícia Militar, que revidou com bombas de gás lacrimogênio. Em contrapartida, integrantes do movimento jogaram morteiros, fogos de artíficio e coquetéis molotov nos policiais. Houve muita correria e o ato acabou encerrado pelos organizadores.
Já em Laranjeiras, na zona sul da cidade, manifestantes que protestavam em frente ao Palácio Guanabara contra o governador Sérgio Cabral afirmam ter sido vítima de truculência policial. A fumaça do gás lacrimogênio chegou a invadir apartamentos e uma clínica médica. Pelo menos 20 pessoas foram detidas no local.
Fonte: TERRA