A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira a operação Churning para investigar fraudes no mercado de ações em três cidades gaúchas. Agentes autônomos de investimentos – que atuavam na gestão de carteira sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – teriam lesados clientes. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 2,5 milhões. A PF, que trabalha com auxílio da CVM, deve cumprir quatro mandados de busca e apreensão em Gravataí, Porto Alegre e Santa Maria. O objetivo é encontrar documentos que reforcem as informações já coletadas e identificar outras vítimas do esquema. Os policiais federais solicitaram o sequestro de três residências de alto padrão e a apreensão de três carros de luxo. Os imóveis e os veículos servirão como medida cautelar para restituição do prejuízo causado aos clientes em caso de condenação. A fraude A suposta fraude consistia na realização de diversas operações de compra e venda de ações que nem sempre tinham como objetivo o lucro para os clientes, mas a realização frequente de transações para gerar taxa de corretagem. A partir disso, os agentes autônomos enriqueciam porque eram comissionados por operação praticada e não por lucro obtido. De acordo com a PF, uma das vítimas investiu R$ 606 mil e após 15 meses perdeu 60% deste valor. As taxas e corretagem incidentes superaram os R$ 141 mil durante este período. Foram realizadas 1.207 operações em bolsa no nome deste investidor, em uma movimentação de aproximadamente 26,5 milhões de reais. Segundo a investigação, há relatos de clientes dando conta de prejuízo de 100% do valor aplicado. Outro método dos agentes autônomos era repassar informações inverídicas aos clientes quanto aos rendimentos e ao saldo financeiro dos investimentos realizados. Churning Churning é uma prática ilícita conhecida no mercado, na qual o intermediário realiza excessivas operações de compra ou venda de valores mobiliários, sem aparente fundamento econômico, e com o fim de gerar taxa de Fonte: Jornal Correio do Povo (RS) |