Nos últimos meses, têm ocorrido diversas manifestações populares. As pautas de reivindicações são as mais variadas: corrupção, direitos humanos, passagens de ônibus, segurança, transporte, saúde, educação, igualdade e respeito às minorias, entre outras, além da usurpação aos cofres públicos para a construção de novos estádios de futebol à Copa do Mundo.
Estes movimentos demonstram que o Brasil passa por momentos difíceis, tornando o cidadão impotente e incapaz diante das mazelas e da corrupção política. Digo que o mais nefasto que pode existir está na política dos nossos governantes, não importando o poder constituinte que se encontram: Executivo, Legislativo e Judiciário. As classes dominantes do alto escalão público são sempre favorecidas em detrimento das minorias que, de alguma certa forma, são levadas a cultuar estas classes.
As manifestações sociais demonstraram as fragilidades destas castas que, com medo e no arrepio das mudanças, poderiam mudar a partir destes atos; não digo para melhor, mas para atenuar e começar a aprimorar em todos os sentidos as necessidades efetivas das políticas públicas necessárias para o país.
É preciso grandeza e interesse para, ao longo do tempo, pactuar reformas importantes visando à melhoria da qualidade de vida do cidadão brasileiro. Surge a importância do serviço público que funcione, dando ênfase, assim, a exigência de servidores públicos dedicados e preparados para atenderem da melhor forma possível as necessidades do usuário brasileiro.
É importante ressaltar que o profissional-trabalhador público é servidor público e não servido pelo público, apesar de existirem muitos servidores públicos que recebem pelos cofres públicos e não considerem este cargo. Criam dogmas, palavras, refrãos, slogans que passam a acreditar que são seres extra-terrestres/castas públicas, menos servidor público.
As manifestações em todo o Brasil estão colocando em evidência a necessidade de um serviço público melhor. Para tanto, as cobranças para que esta melhoria aconteça devem partir da sociedade; das políticas públicas verdadeiras e não partidárias e, com plena certeza, do servidor público – que possui força de mobilização apartidária, incontestável.
O servidor público é um agente de transformação do estado, sua responsabilidade é com o compromisso da ética e com os princípios constitucionais. Sendo assim, as forças manifestadas pelo servidor público são regidas por algumas dialéticas: servidor x serviço; servidor x comunidade; comunidade x necessidades; necessidades x políticas públicas; políticas públicas x servidor. Não que sejam engessadas estas dualidades, mas circulam entre si, sempre em prol da coletividade.
Portanto, um profissional público, valorizado, motivado, interessado terá reflexos na prestação do serviço público de qualidade.
Gerson Luís dos Santos
Diretor do Sindispge (Sindicato dos Servidores da Procuradoria-Geral do RS)