Hoje, a nossa imprensa completa 209 anos de fundação. De autor desconhecido, neste retrato se destacam o jornal e o símbolo da Ordem Maçônica no peito do jornalista. É provável que esta pintura a óleo tenha sido feita no ano de 1820.
O retrato pertenceu ao grão-mestre Augustus Frederick (1773-1843), duque de Sussex, que era filho do rei Jorge III, da Inglaterra, e protetor do patrono da nossa imprensa. Após a morte do duque, passou às mãos da viúva de Hipólito da Costa, Mary Ann da Costa, e, na sequência, aos seus descendentes. Atualmente, se encontra no Itamaraty, graças à doação de Rosemary Claire Porter.
A primeira reprodução deste quadro ilustrou o livro do jornalista paulista Carlos Rizzini (1898-1972), cujo título é Hipólito da Costa e o Correio Braziliense. Esta obra foi editada, em 1957, pela Companhia Editora Nacional. Na revista O Cruzeiro, de 29 de outubro de 1955, o mesmo jornalista publicou um artigo inédito sobre a descoberta do túmulo de Hipólito José da Costa, em Berkshire, na Igreja Saint Mary, The Virgin, de Hurley.
Durante esta busca, foi fundamental o contato, por meio de correspondências, entre o diplomata brasileiro em Londres, Gastão Nothman, e Carlos Rizzini, que morava no Brasil. O Dia Nacional da Imprensa nos remete a 1º de junho de 1808, quando começou a ser editado o Correio Braziliense, circulando pelas ruas de Londres de forma independente e sem censura. A persistente luta do jornalista Raul Quevedo (1926-2009), que em 1972 iniciou uma campanha, foi decisiva para que o dia 1º de junho marcasse a data magna da nossa imprensa.
Hipólito José da Costa nasceu em 25 de março de 1774, na Colônia do Sacramento, no Uruguai, quando esta estava sob o domínio português. Casou-se em 1817 e teve três filhos. Morreu aos 49 anos, em Londres, no dia 11 de setembro de 1823. Seus restos mortais foram depositados numa urna que se encontra no jardim do Museu da Imprensa Nacional, em Brasília, desde 2001, após o translado da Inglaterra para Brasília (DF), com o apoio do Grande Oriente do Brasil (GOB) e da Fundação Assis Chateaubriand.
Por: Ricardo Chaves (Zero Hora)
Colaborou Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite, pesquisador e coordenador do setor de imprensa do Museu da Comunicação.