“O Governo do Estado do RS não honrou com sua palavra”. A afirmação foi feita pela presidente do Sindicato dos Servidores da Procuradoria-Geral do RS, Sabrina Oliveira Fernandes, lembrando que, no dia 20 de junho, o secretário de Administração e Recursos Humanos, Alessandro Barcellos, comprometeu-se, em reunião com a diretoria do sindicato, a fixar um vantajoso acordo de reposição salarial condicionado ao retorno dos servidores da PGE-RS aos seus postos de trabalho. Prometeu, ainda, ser o mediador da negociação junto à Procuradoria-Geral e de tentar ajustar, da melhor forma possível, a compensação dos dias parados dos servidores grevistas sem que fossem prejudicados.
Naquela ocasião, afirmou, categoricamente, que reabriria as negociações no ponto onde parou desde a realização da última reunião, no dia 24 de maio, de forma ágil e objetiva, colocando-se à disposição para realizar reuniões, no prazo de uma semana (as quais foram agendadas, porém não cumpridas), a fim de já enviar um projeto de lei à Assembleia Legislativa antes do recesso da Casa, a partir de 17 de julho.
Assim que os servidores retornaram ao trabalho, o Governador retirou o secretário Alessandro Barcellos da negociação e com ele todas as promessas feitas, repassando o controle para o Gabinete da PGE, contra a vontade do Sindicato e dos servidores. “O Gabinete da PGE só pensa em punir os grevistas de todas as formas possíveis. Os servidores estão se sentindo traídos por um Governador que não cumpre com sua palavra, não hesita em mentir quando isto lhe convém”, afirmou o diretor do Sindicato, Cícero Corrêa Filho.
Segundo ele, durante a greve foi feita a seguinte comparação para descrever a relação que existe dentro da Procuradoria Geral do Estado: o Gabinete da PGE tratou o movimento dos servidores não como uma greve, mas como um levante de escravos. “O que Tarso fez foi apenas fazer o papel de capitão do mato, buscar os escravos fugidos e entregá-los na mão do senhor de engenho. Triste papel para um Governo que sempre se disse ao lado dos trabalhadores”, afirmou Cícero.
O diretor informou ainda que a relação com o Gabinete da PGE está muito desgastada. De acordo com ele, assim que o controle da negociação foi devolvido ao Gabinete, vieram à tona as razões pelas quais o Sindispge queria uma interlocução externa junto ao Governo. A proposta de 12% apresentada de contraproposta pelo Governo é considerada pífia pela categoria: apenas 2% a mais do que já havia sido oferecido aos servidores antes da greve. Foi rejeitada de forma quase unânime por eles.
Contudo, disse a pior proposta foi referente à recuperação dos dias parados. “Ignorando a rejeição do índice pela categoria, a administração da PGE propôs um plano absolutamente desumano de recuperação dos dias de paralisação, implicando em meses e meses de exaustivas jornadas extraordinárias, muito além do razoável de serem exigidas de um trabalhador”, acentuou. Além disto, o Gabinete determinou que a devolução dos valores descontados dos salários dos servidores aconteceria em três parcelas, a partir do mês de agosto.
Tais descontos nos salários dos servidores, disse, aconteceram após uma antecipação na verificação da efetividade, com o único intuito de possibilitar os descontos o mais cedo possível. “Sem tentativas de diálogo, sem a busca de alternativas. De forma unicamente punitiva e cruel”, concluiu Cícero.
Terezinha Tarcitano
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