O Fórum Mundial de Educação (FME) foi lançado ontem na Assembleia Legislativa. O evento será realizado nos dias 21, 22 e 23 de janeiro em Canoas, seguindo o tema do ano, “Pedagogia, Região Metropolitana e Periferias”. O objetivo é pôr em discussão formas de oferecer um ensino de qualidade e gerar oportunidades de crescimento a jovens que moram em locais menos favorecidos. O FME é parte do processo do Fórum Social Mundial (FSM) e teve sua primeira edição em 2001, em Porto Alegre.
O escritor, pedagogo, filósofo e professor da Universidade Federal de São Paulo (USP) Moacir Gadotti deu palestra durante o lançamento. Para ele, falar sobre a educação na Região Metropolitana é de extrema importância. “Se há uma escola empobrecida, isso incide na educação. A escola precisa trabalhar junto à comunidade, é muito importante esse diálogo com a cidade”, opina.
Segundo Gadotti, fala-se muito em educação para o desenvolvimento, mas o certo seria falar da educação como desenvolvimento. “O desenvolvimento está estagnado nos últimos anos, justamente porque não há avanços na educação. E eu falo de educação não apenas como o ato de ir à escola”, ressalta. Na visão dele, o processo começa na base, com a valorização dos alfabetizadores e o acesso a creches.
O secretário de Educação de Canoas, Eliezer Pacheco, destaca que há relação entre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Cada vez fica mais evidente a importância de que a escola não seja uma ilha dentro da comunidade, mas uma articuladora. Esse será o centro do debate no fórum”, explica.
Conforme o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, é aguardada a presença de cerca de sete mil pessoas no FME. “Serão educadores de várias partes do mundo, compartilhando experiências. A cidade ganha muito com essa troca. Como podemos construir uma educação de qualidade, que quebre as diferenças dentro da sociedade e gere oportunidades? É um grande desafio, principalmente para as periferias, onde muitas vezes não há o mesmo acesso à qualidade de ensino”, diz.
No município, de acordo com ele, a prefeitura luta para diminuir essa diferença entre escolas de regiões mais e menos favorecidas por meio de políticas públicas como a instituição do uniforme, a oferta de materiais escolares e a ampliação e a modernização de escolas. “Tudo isso gera uma sensação de pertencimento para o aluno e quebra desigualdades. No ano que vem, teremos um computador para cada professor e estamos trabalhando, também, com salas com lousa digital para tornar as aulas mais atrativas. Focamos esses investimentos principalmente na periferia”, assegura.
Além disso, Jorge anunciou que deve terminar ainda neste ano o Plano de Desenvolvimento da Educação de Canoas, com estimativas até 2022. “Tivemos participação de mais de três mil pais e alunos, de forma colaborativa, em todas as 73 escolas do município. Será importante que a comunidade também participe do fórum para fortalecer o conceito de cidade educadora”, destaca.
Fonte: Jornal do Comércio (RS) – Isabella Sander