A pandemia de covid-19 ajudou a consolidar o home office como um modelo de trabalho em todo o Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividade (SOBRATT), mais de 12 milhões de brasileiros trabalham de suas casas atualmente.
A crise econômica também forçou outro grande contingente a optar por abrir seus próprios negócios, como forma de obter outras fontes de renda. Em 2020, o governo federal registrou 2,6 milhões de novos cadastros de Microempreendedor Individual (MEI), o que representa 56,7% do total de empresas abertas no ano.
Mesmo assim, uma pesquisa apontou que mais de 300 mil metros quadrados em imóveis comerciais foram devolvidos apenas em 2020. A principal explicação, além de muitas operações terem sido transferidas para o trabalho remoto, são os altos custos envolvidos na manutenção dos endereços comerciais.
Com isso, uma alternativa que vem se ampliando no mercado são os escritórios virtuais, tanto para quem não tem muito capital para investir na abertura de uma nova empresa quanto para quem quer reduzir seus custos ou mesmo para atuar em outros mercados de forma remota.
No Brasil, o escritório virtual ainda é um conceito relativamente recente, mas existe nos EUA e na Europa desde, pelo menos, a década de 1970. De início, consistia em um local onde uma empresa estabelecida em Nova York, por exemplo, se registrava para atuar em Londres. Não necessariamente havia a produção no local, mas era onde a correspondência chegava e para onde os clientes em potencial poderiam ligar.
Hoje, o conceito se expandiu e os escritórios virtuais oferecem, além de um endereço físico para as correspondências e cobranças de impostos, um local onde as empresas podem receber clientes para as hoje cada vez mais raras reuniões presenciais, muitas vezes em endereços em que um aluguel de um escritório comum ficaria muito caro.
“O cliente fica impressionado quando você marca a reunião e o endereço fica em um local como a Avenida Paulista”, reconhece William Batista, diretor da BlueBenx, empresa especializada em ativos digitais, como criptomoedas, que usa escritórios virtuais na Estônia e em Portugal e está finalizando um aluguel nos EUA.
“Acredito que a vantagem do virtual seja em relação ao custo da operação. Alugar um espaço, montar estrutura para poder ter endereço custa muito dinheiro e o virtual além de ser mais rápido, você compra o pacote mais adequado, você não tem todos esses custos embutidos”, explica William.
Fonte: R7