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Giuliander CarpesDireto do Rio de Janeiro
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começa nesta segunda-feira a fazer um levantamento inédito no País. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) pretende visitar 80 mil domicílios em 1,6 mil municípios de todo o Brasil com o objetivo de conhecer a saúde e o estilo de vida da população. Pela primeira vez na história, uma pesquisa do IBGE tomará medidas de pressão arterial e realizará exames de sangue e urina – de um morador maior de idade escolhido de forma aleatória em cada um dos domicílios visitados.
As medidas de pressão arterial e as amostras de sangue e urina são necessárias para monitorar diabetes, sal na urina, colesterol entre outros dados necessários para o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis – que prevê redução do tabagismo, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, entre outras enfermidades. A pesquisa será realizada de cinco em cinco anos.
“Antes tínhamos apenas a referência da pessoa. Agora teremos a medida do equipamento. São dados mais claros e existe a possibilidade de encaminhamento imediato para os serviços públicos adequados. Convém lembrar que, segundo estudos internacionais, os dados da diabetes, por exemplo, podem estar sendo subestimados em 30% com os métodos de pesquisa anteriores”, afirmou Deborah Malta, diretora do departamento de Análise da Situação da Saúde do IBGE.
A pesquisa deve durar três meses e envolver o trabalho de 1 mil coletores munidos de um computador de mão, aparelhos de medição de pressão arterial e balança para medir o peso das pessoas. Todos os domicílios que serão pesquisados já receberam cartas de aviso do IBGE. Passada a primeira etapa, 1,6 mil laboratórios credenciados participarão da etapa de análise das amostras de sangue e urina – a coleta será feita no próprio domicílio posteriormente.
O questionário tem perguntas sobre trabalho, estado de saúde, acidentes, estilos de vida (consumo de bebidas alcóolicas, prática de atividades físicas e fumo, por exemplo), doenças crônicas, saúde da mulher, atendimento pré-natal (quando for o caso), saúde bucal e atendimento médico. A PNS também dará suporte a outras políticas públicas nacionais, como o Plano de Direitos da Pessoa com Deficiência, Brasil Sorridente, Rede Cegonha, entre outras.