Existem verdades e mitos a cerca da cirurgia plástica. Ressalto alguns:
Anestesia. Os pacientes ainda temem a anestesia, por medo de não dormir, sentir dor ou mesmo não acordar (“morrer da anestesia”).
Contraponto: A verdade é que, atualmente, as técnicas anestésicas são extremamente seguras e dão muito conforto ao paciente, tanto no início com medicações que tiram a ansiedade, durante o ato cirúrgico, bem como no despertar sem dor, náuseas ou qualquer mal-estar. A regra fundamental é fazer uma adequada avaliação pré-operatória e procurar bons profissionais que trabalham em hospitais bem equipados. Há muito mais risco, por exemplo, de alguém morrer subitamente ao se exercitar numa esteira de academia, se não fez avaliação prévia, do que durante uma anestesia onde houve uma adequada preparação.
Os pacientes que fazem plástica não se aceitam como são ou só se preocupam com a beleza “externa”.
Contraponto: A cirurgia plástica pode transformar para muito melhor a vida de uma pessoa melhorando sua autoestima, pois a beleza externa, sendo inseparável da interna, é consequência da harmonia entre a autoimagem (como o paciente se vê ) e sua influência no bem-estar do indivíduo como um todo. A ideia de ter de se conformar com um aspecto físico que não nos agrada não faz sentido, pois melhorar não significa deixar de ser quem se é ou perder a identidade, mas sim adequar, dentro de uma moderação e bom senso, o aspecto físico com o emocional. É uma demonstração de amor próprio e a quem nos ama.
O bom cirurgião só tem bons resultados.
Contraponto: Só não tem resultados insatisfatórios quem não opera! O bom resultado de uma cirurgia plástica depende de vários fatores. Complexidade do caso, preparo pré-operatório adequado, boa execução da técnica cirúrgica, reação individual do organismo do paciente ser favorável, bons cuidados pós-operatórios, cooperação do paciente, acompanhamento atento do médico durante todo o tratamento. Portanto, excelentes profissionais podem obter resultados cirúrgicos que deixam a desejar, como outros até menos minuciosos podem ter resultados bons. Por isso, é difícil para o potencial paciente escolher seu cirurgião apenas por um resultado bom ou mau; é mais confiável verificar sua trajetória, suas referências e, claro, a confiança, transparência e empatia transmitidas pelo profissional.
A lipoaspiração é perigosa.
Contraponto: A lipoaspiração, quando não subestimada e bem conduzida, é um procedimento bastante seguro. Por ser tecnicamente mais simples de ser executada em comparação a outras plásticas, acaba por essa razão, infelizmente, “atraindo” não especialistas a praticá-la, muitas vezes em ambientes cirúrgicos inadequados, sem a presença de um anestesista. O pré e pós-operatório são, muitas vezes, negligenciados, bem como o limite a ser aspirado é desrespeitado. É o famoso “barato que sai caro”. Com saúde não se deve arriscar. Muitas pessoas pesquisam cirurgiões plásticos por “preço” e isso pode ser frustrante e perigoso, pois os baixos custos costumam estar associados à baixa qualidade. É mais recomendável, para quem não dispõe de condições financeiras, procurar serviços que contam com residência médica, geralmente em hospitais universitários.
Pessoas idosas ou com doenças crônicas não devem fazer cirurgia plástica.
Contraponto: Novamente, a palavra chave é um bom pré-operatório e planejamento cirúrgico adequado. Se as doenças crônicas como, por exemplo, diabete e hipertensão arterial, estiverem bem compensadas e a cirurgia proposta não é de porte exagerado, pode ser feita com toda segurança.
Existem inúmeras outras questões e dúvidas no que se refere à cirurgia plástica. O que parece ser comum à maioria delas é que, quando o profissional médico é responsável e criterioso, o paciente cooperativo e a relação entre eles é harmoniosa, a tendência é de que os riscos sejam baixos e os benefícios, para ambos, bastante compensadores.
Dr. Pedro Alexandre
Cirurgião Plástico