Até meados da década de 80, a procura por cirurgias plásticas por pacientes do sexo masculino ainda se restringia, em sua maioria, às cirurgias das pálpebras, do nariz, da calvície e das ginecomastias (retirada das glândulas mamárias que, quando aumentadas, no homem, conferem-lhe um aspecto feminino indesejável). Esses procedimentos tinham em comum o fato de serem estéticos, mas também reparadores (cirurgias que visam menos o embelezamento e mais a correção de algum defeito ou desconforto físico). Não causavam, portanto, constrangimento aos pacientes, pois o pensamento conservador e, até certo ponto, preconceituoso, ditava que os cuidados com a aparência e, ainda mais, cirurgia estética eram ”coisa de mulher”.
A evolução das técnicas cirúrgicas com a progressiva melhora dos resultados acabou atraindo mais os homens para a cirurgia plástica. O principal fator, entretanto, parece ter sido a mudança para uma mentalidade mais aberta de maneira que os homens passaram a assumir, naturalmente, o seu desejo de melhorar sua aparência sem que isso afetasse sua masculinidade. A alta competitividade do homem no mercado de trabalho aliada a uma participação cada vez mais atuante das mulheres, expressando livremente suas opiniões e influenciando todos os campos do mundo contemporâneo, levou-as a cobrar dos seus cônjuges, companheiros e colegas, além de esforço e competência, também uma boa aparência.
Por que só as mulheres devem estar sempre bonitas, se cuidando e se preocupando com sua estética? Por essas razões, considero uma grande evolução a procura dos homens por cirurgias plásticas: rejuvenescimento facial, lipoaspiração plástica do abdômen, entre tantos outros procedimentos. Fazem também tratamentos para a pele, exercícios com personal trainers e cuidados nutricionais. O resultado disso são homens mais bonitos, rejuvenescidos, saudáveis e, consequentemente, casais mais felizes e uma sociedade menos machista e mais justa.
Dr. Pedro Alexandre
Cirurgião Plástico