Cepal estima crescimento de 1,2% este ano e de 4% para 2013
O impacto da crise financeira na indústria e a queda dos investimentos produtivos farão com que a economia brasileira termine o ano na vice-lanterna do crescimento da América do Sul, com expansão de 1,2% em 2012. Somente o Paraguai, cuja economia deve encolher 1,8%, terá desempenho pior do que o brasileiro. As estimativas foram divulgadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que espera para o ano que vem a primeira aceleração da economia no governo Dilma Rousseff. O Panamá se manterá como a economia com maior crescimento na região em 2012 (10,5%), seguida por Peru (6,2%), Chile (5,5%) e Venezuela (5,3%).
Para 2013, a entidade projetou um aumento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, lastreado em medidas já anunciadas, como desoneração da folha de pagamento para alguns setores, queda da taxa de juros e depreciação de mais de 30% na taxa de câmbio. Embora distantes dos 7,5% de crescimento econômico registrados no Brasil em 2010, a Cepal ainda se mostra mais otimista do que o mercado financeiro, que espera crescimento de 1,03% para este ano.
A estimativa para o desempenho do PIB deste ano mostra a segunda revisão para baixo feita pela Cepal em dois meses. Em setembro, a comissão apostava em avanço de 3,2%. Em outubro, a projeção caiu para 1,6%. Agora, está em 1,2%. Os números da Cepal chamam atenção pelo fato de permitirem a comparação entre países que possuem economias similares à brasileira, com forte dependência da exportação de commodities e mercados internos em expansão.
Nesta comparação, a economia brasileira vai crescer abaixo da média da América do Sul (2,7%), abaixo da média da América Latina e do Caribe (3,1%), abaixo da América Central (4,2%) e em linha com o Caribe (1,1%) em 2012, de acordo com o Balanço Preliminar das Economias da América Latina e Caribe.
No geral, os números de 2012 mostram que a crise teve um impacto negativo, mas não dramático na região, que manteve, durante o ano, a resistência para enfrentar choques externos, afirmou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal.
Fonte: Jornal do Comércio/RS