Um relatório da Kaspersky Lab indica que o Brasil é o segundo país com maior tráfego de dados maliciosos em 2013, ficando atrás apenas do Peru na América Latina. A pesquisa também identificou um aumento do número de táticas usadas para roubo de informações, que incluem malwares instalados em caixas eletrônicos e roubo de bitcoins através do Skype; tudo em território latino-americano.
Segundo o diretor da equipe de pesquisa e análise para a Kaspersky Lab na América Latina, Dmitry Bestuzhev, os criminosos do continente entraram em contato com grupos de países da antiga União Soviética, com os quais adquiriram novas tecnologias para realizar ataques mais elaborados na região. “Os ataques tornam-se mais complexos e mais sucedidos porque combinam a tecnologia de seus contatos no leste Europeu e da engenharia social, que explora as fraquezas das pessoas na América Latina”, explica.
A pesquisa da Kaspersky também identificou as ameaças mais comuns na região. Segundo a empresa, o Trojan.JS.Fbook é o malware mais encontrado na América Latina. Trata-se de uma extensão maliciosa para o Google Chrome que se dissemina via Facebook e usa o perfil das vítimas para curtir outros perfis na rede social, o que permite que os cibercriminosos anunciem perfis falsos e os usem para vários tipos diferentes de fraudes, como a venda de likes (curtidas) na rede social.
O segundo malware mais comum é o Trojan Spy.HTML.Fraud, que rouba as credenciais de login de bancos ou números de cartão de crédito através de sites legítimos que estejam comprometidos devido a vulnerabilidades. Outras ameaças presentes são exploits Java, que apareceram em 2012 mas continuam ativos, já que os usuários não instalam as atualizações de segurança necessárias neste ano.
A Kaspersky prevê que a partir de 2014 a moeda Bitcoin deve ser um dos principais alvos de ataques na América Latina caso seu valor continue a subir. Outro alvo preferencial serão os equipamentos com Android, devido a sua popularidade e por ser usado cada vez mais para pagamentos online.
“Os criminosos já têm conhecimento técnico suficiente para desenvolver malware para Android, estão apenas esperando que mais pessoas passem a utilizá-lo para suas transações financeiras essenciais.”, lembra Bestuzhev.
Fonte: Tech Tudo – João Kurtz – Globo.com