Agência Brasil
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou hoje (7) o protocolo de adesão ao Mercosul. O documento consolida o interesse dos bolivianos em fazerem parte do bloco. É a primeira etapa do processo, que costuma levar anos, pois envolve questões técnicas e jurídicas até a conclusão. As negociações para a adesão da Venezuela ao grupo duraram seis anos. A assinatura ocorreu durante a cerimônia de transmissão da presidência temporária do bloco do Brasil para o Uruguai.
O Mercosul é formado pelo Brasil, pela Argentina, pelo Uruguai, pela Venezuela e pelo Paraguai – que está suspenso do bloco até abril de 2013. O Chile, o Equador, a Colômbia, o Peru e a Bolívia estão no grupo como países associados .Com os venezuelanos, o Mercosul passa a contar com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 3,32 trilhões. A população é 275 milhões de habitantes.
O protocolo de adesão da Bolívia ao bloco foi assinado durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, no Itamaraty. Na solenidade, a presidenta Dilma Rousseff transmitiu a presidência temporária do bloco para o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Por seis meses, o Uruguai estará no comando. Dilma disse que desejava ‘sorte’ para Mujica.
Além de Dilma, Mujica e Morales, participam da cúpula os presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Donald Ramotar (Guiana) e Desi Bouterse (Suriname). Estão presentes também a vice-presidenta do Peru, Marisol Cruz, e os vice-chanceleres Alfonso Silva (Chile) e Monica Lanzetta (Colômbia), assim como o ministro de Minas e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez.
Presidente do Equador diz que ainda não há decisão sobre entrada no Mercosul |
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse hoje, durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em Brasília, que seu país tem muito interesse em entrar no Mercosul e está muito feliz pelo convite, mas ponderou que a adoção da tarifa externa comum é um obstáculo para o acordo de adesão. “Isso limita nossa política externa comercial e, particularmente, a política tarifária. Então, estamos acabando todos os estudos para, então, tomar uma decisão definitiva”.
Correa disse que tem afinidades ideológicas com a maioria dos governos dentro do bloco e confiança neles, além de visão comercial parecida. A entrada no Mercosul, porém, obrigaria o governo equatoriano a elevar mais de 4 mil tarifas e, considerado a pior parte pelo presidente equatoriano, a reduzir mais de 2 mil.
“Temos que ver que o impacto teria essa medida na economia equatoriana. É paulatino, podemos conversar. Insisto: estamos muito interessados em ingressar, mas temos que analisar os impactos”, disse.
Fonte: Jornal do Comércio/RS