O aumento de 3% da gasolina e de 17% na energia elétrica no Rio de Janeiro, a partir desta sexta-feira (7), aliado ao reajuste de 20,61% na conta de luz em uma das concessionárias de São Paulo – a partir de 23 de novembro – , podem impactar a inflação em novembro, afirmou a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos.
Nesta sexta-feira, o instituto divulgou o resultado do IPCA de outubro, considerado a inflação oficial do país, que desacelerou para 0,42%, mas continua acima da meta do Banco Central, com alta de 6,59% no acumulado de 12 meses.
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“Já a partir de hoje foi anunciado o reajuste da energia elétrica no Rio de Janeiro e também do combustível, são dois itens muito importantes nos bolsos das famílias, têm peso grande. As pessoas gastam muito dinheiro com esses dois itens e ambos têm um reflexo relativamente grande sobre vários produtos na economia”, garantiu Eulina Nunes.
De acordo com a especialista do IBGE, o impacto da energia elétrica sobre a indústria e o impulso do consumo nesta época do ano, provocado pelas altas temperaturas registradas nas duas capitais, são questões importantes a serem consideradas no resultado na inflação do próximo mês.
“Nós estamos entrando numa fase mais quente. Além do preço, a quantidade consumida (de energia) em termos de quilowatts aumenta. E a gasolina também, ela tem impacto forte sobre até o custo de outros produtos importantes na vida das pessoas. Podem haver alguns impactos indiretos por conta do aumento da gasolina, até restaurantes, quem é proprietário, tem custo com a gasolina reajustada”, explicou Eulina.
Dólar em alta também pesa
O dólar em alta é outro fator que pode afetar a inflação em novembro. Em torno de 10h50, ele era cotado perto da barreira dos R$ 2,60 – o que reflete um aumento de 0,7%.
“A economia brasileira tem uma dependência grande do dólar. No caso dos eletrodomésticos, na elaboração dos automóveis e nos próprios alimentos. O adubo tem perfil de dólar. O câmbio tem efeito direto também sobre alguns itens como o milho. Em que medida o câmbio pode afetar, nós vamos ter que medir. Isso tudo depende também da reação do consumidor. Do nível de atividade do comércio, se o comerciante vai poder passar ou não depende do que os agentes econômicos vão fazer em função da realidade que estamos vivendo”, concluiu.
Fonte: G1 Economia