Cada área do conhecimento expõe uma faceta sobre o comportamento emocional do ser humano. Não existe uma única verdade e sim muitas abordagens que podem, juntas, nos mostrar várias formas de analisar uma única questão para, assim, podermos ter mais condições de entendê-lo.
A Homeopatia possui uma forma peculiar de trabalhar os problemas emocionais: analisar como a pessoa se sente em dado momento perante determinada interpretação da realidade circundante. Se esta forma de sentir se torna mais permanente devido a exposição frequente, seja em uma situação social ou de autoenfrentamento da personalidade, sobrevém o estresse contínuo e os adoecimentos.
A mente tenta interpretar estes sinais das reações do emocional, mas nem sempre têm êxito porque, dependendo da nossa estrutura psicológica, aquela manifestação emocional repetitiva e de grande intensidade vence na maioria das vezes. Embora tenhamos consciência de que ela não seja positiva, a explosão de raiva ou de medo, de ansiedade ou de insegurança, acontece. Depois de recobrarmos o controle mental nos perguntamos: Por que não consegui controlar as minhas emoções?
Este exemplo é simples e podemos entender que não existe um único ser humano que tenha 100% de harmonia em suas manifestações emocionais. Podemos treinar e conseguir superar muitas reações de desarmonia em situações conflitivas, mas alcançar a excelência emocional em todas as situações problema de sobrevivência humana é impossível, justamente porque somos humanos.
Na abordagem da Homeopatia, as personalidades humanas são divididas em cinco grandes grupos que possuem alguma semelhança entre si, embora cada indivíduo tenha reações completamente diferentes ao vivenciar um mesmo acontecimento. Existem reações emocionais mais marcantes em determinado grupo do que em outro, por isso torna-se mais fácil identificar as personalidades homeopáticas (que são os remédios em si) que possuem estas manifestações e, dentre elas, qual poderia ser mais benéfica ao tratamento inicial.
Esta forma de análise é relacionada aos miasmas homeopáticos. O que é isso? Para Hahnemann, o fundador, existia algo mais profundo a ser trabalhado nos seres humanos que somente as características específicas de cada personalidade em particular. Percebeu esta lacuna enquanto seus tratamentos seguiam esta abordagem, o que o levou a verificar que, posteriormente, aquele indivíduo voltava a apresentar os mesmos problemas, sem avanço significativo no processo de harmonização.
Constatou que esta causa subjacente era derivada e constituída de algo mais nobre: as heranças comuns à raça humana. De forma singular imprimiam estas manifestações psicoemocionais e, consequentemente, materializavam seus sintomas psicossomáticos distintos e relativamente estáveis em cada um dos grupamentos. Todos nós possuímos facetas dos cinco miasmas, mas o que difere é o grau que cada um de nós evidencia.
As personalidades miasmáticas mais emotivas, que apresentam maior grau de características, sejam positivas ou não de reações emocionais, são os tuberculinicos. Quanto maior a percentagem deste miasma no indivíduo, mais ele é considerado ilógico, pois permite ser impulsionado pelas emoções, visto que não podemos separar – a mente pensa e a emoção a segue.
O tuberculínico é movido pela emoção, idealismos humanitários e românticos, e é extremamente suscetível aos traumas emocionais e às perdas afetivas que hipersensibilizam suas emoções de tal maneira que bloqueiam as interpretações mentais conscientes, porém sem haver perda da cognição. A base dos seus conflitos durante a vida será preponderantemente emocional.
Portanto, podemos “estar” mais tuberculínicos devido às circunstancias emocionais e podemos “ser” mais tuberculínicos por possuirmos maior grau deste miasma. Posso estar triste hoje porque uma situação no trabalho deu errado e posso ter mais tendência a ser triste no dia a dia, independentemente de algum fato desagradável ter ocorrido recentemente. Esta causa da tristeza pode não ser devido a algo momentâneo e sim a uma repreensão marcante, até mesmo quando criança ou adolescente, ou seja, algo que a pessoa ficou “guardando” sem conseguir processá-la emocionalmente.
Com isso, tanto sua vida amorosa quanto profissional ficam comprometidas pelas inúmeras dificuldades que sentimentos desta natureza desencadeiam. A preponderância da emoção lhes torna extremamente compassivos, solidários e amorosos com todos, mas, ao mesmo tempo, irritáveis, dependentes emocional e financeiramente dos pais ou parceiros não se importando com o esforço deles, tornando-os egoístas, orgulhosos e excessivamente vaidosos
A homeopatia correta para estes tipos de personalidades ajudará no balanceamento dos diferentes aspectos desarmônicos propiciando que ele, da mesma forma em que apresenta um poder incrível de se entregar a serviço do outro sem esperar nada em troca, adquira condições para administrar seus sonhos e, ao mesmo tempo, concretizar o que lhe possibilitará ter uma vida financeira produtiva e estável.
De forma semelhante ao tuberculinismo, poderíamos analisar inúmeras outras expressões mentais e emocionais dos seres humanos que podem ser estabilizadas pelo uso da terapia homeopática, possibilitando a pessoa construir uma vida triunfante pela exímia capacidade de identificar seu núcleo de autocontrole.
Professora Eliete M M Fagundes