Para falar sobre o tema “Alienação Parental sob o enfoque dos filhos”, o advogado Márcio Barcelos advertiu, hoje, dia 09/06, no Grupo de Estudos sobre Direito de Família, no Instituto dos Advogados do RS (IARGS), que não se pode permitir que se criem órfãos de pais vivos. Na sua opinião, a violência, na realidade, é duplamente sofrida pelo filho, tanto pela privação da convivência com um dos genitores e sua família quanto pelo sofrimento causado pelo tempo perdido, justamente quando se dá conta que sofreu tal violação. “Não é difícil imaginar o que sofre a criança que ama igualmente ambos os genitores e começa a ser violentada diariamente pelo detentor da guarda até se dar conta de que o vilão era o próprio guardião”, afirmou, durante palestra.
Na oportunidade, informou que o filho alienado apresenta um sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor não guardião e sua família; além de se recusar a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor. Salientou, ainda, que o menor pode vir a guardar sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade.
Segundo explicou, as crianças vítimas de SAP (Síndrome de Alienação Parental) são mais propensas a apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico; utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação; apresentar baixa autoestima; não conseguir uma relação estável quando adultas; possuir problemas de gênero em função da desqualificação do genitor atacado; e até cometer suicídio.
O advogado ofereceu algumas sugestões na tentativa de diminuir os prejuízos causados por esta síndrome: ter atitude saudável como pai/mãe, buscar compreender seu filho e protegê-lo de discussões ou situações tensas com o outro genitor; além de obter auxílio psicológico e jurídico para tratar o problema. “Uma situação de SAP não desaparece sozinha”, advertiu.
De acordo com dados fornecidos pelo Dr Márcio Barcelos, 80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental, bem como se estima que mais de 20 milhões de crianças sofram esse tipo de violência.
Para finalizar, o advogado ressaltou que a criança deve ser resguardada de possíveis discussões e diferenças entre o ex-casal. “Não podemos permitir que se criem órfãos de pais vivos”, afirmou, acrescentando que a SAP, quando devidamente provada, deveria ser tipificada criminalmente como hedionda, “já que é uma violência absolutamente desumana”.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa