Proximidade do verão não diminui riscos; abril e maio são os meses de pico da doença, conforme o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira, o novo mapa da dengue, mostrando que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877 estão em alerta. Porto Alegre foi classificada neste segundo grupo, devido à alta infestação de mosquitos que podem vir a transmitir tanto a dengue quanto o vírus chikungunya. O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) revela ainda que outras 627 cidades apresentam índice satisfatório. No total, 1.844 municípios participaram do levantamento, entre janeiro e fevereiro. Cuiabá (MT) é a única capital em situação de risco.
Durante a coletiva de apresentação do novo LIRAa, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou que o aumento de municípios participantes mostra que o estudo está se consolidando como ferramenta importante de combate à dengue. “Tão importante quanto fazer o LIRAa é seguir as informações apresentadas pelo levantamento para corrigir os problemas”, alertou, ressaltando que o combate à dengue deve ser feito com o fortalecimento da prevenção. Foram registrados, até o dia 7 de março, 224,1 mil casos da doença no País. O aumento é de 162%, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85,4 mil casos.
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde da Capital já havia informado que o Sistema de Monitoramento Inteligente da Dengue (MI Dengue) tem indicado que a cidade tem um alto índice de infestação do Aedes aegypti, trazendo um risco igualmente alto de transmissão da doença. Maria Mercedes Bendati, coordenadora-geral de Vigilância em Saúde (CGVS), explica que o aumento de circulação do vírus no Brasil e a infestação de mosquitos na Capital são fatores que levam à preocupação por parte do gestor público. “As pessoas que viajam para outros estados podem contrair a doença e, ao retornarem, o mosquito pode picá-las e ficar com o vírus. Como o Aedes aegypti tem até 60 dias de vida, neste período, pode transmitir a doença para muita gente”, afirma.
De acordo com ela, o final do verão não significa o fim do problema, já que os meses de abril e maio costumam ser o período de pico da doença no País. Assim, a transmissão no Rio Grande do Sul pode continuar. Até a semana passada, foram confirmados na Capital nove casos importados (contraídos fora da cidade) e um autóctone (contraído na Capital) e encontradas fêmeas do mosquito infectadas em armadilha localizada no bairro Santa Tereza. A prefeitura já realizou alguns bloqueios contra a dengue e o chikungunya nos bairros em que moram pessoas que contraíram a doença ou apresentavam suspeitas de estarem contaminadas.
Maria Mercedes recomenda que a população acompanhe as informações no site www.ondeestaoaedes.com.br, observando como está o monitoramento da cidade e os locais de maior infestação. Além da Capital, outras cidades gaúchas se encontram na lista nacional e possuem alto índice do Aedes aegypti, entre elas estão Espumoso, Alecrim, Santa Rosa e Tucunduva.
Fonte: Jornal do Comércio (RS)