O Google, maior portal de buscas pela internet, já encontrou cerca de 60 trilhões de endereços nos seus 15 anos de existência, que serão completados na próxima sexta-feira. No entanto, aparentemente muita informação ainda precisa ser devidamente reconhecida: cerca de 15% das consultas feitas no site todos os dias (que chegam a 3 bilhões) nunca foram feitas antes.
Esse e outros números da gigante de buscas impressionam: 20 bilhões de endereços na web são analisados diariamente pelo Google, metade das pesquisas diárias do Google ocorre fora dos EUA, uma busca no Google viaja 2,4 mil quilômetros para fornecer a resposta ao usuário, algo em torno de um quarto de segundo ou uma piscadela de olho, segundo informações da empresa.
O Brasil é parte importante de todo esse sistema operacional. Em Belo Horizonte, está localizado o Centro de Engenharia do Google na América Latina, local onde trabalham cerca de 100 engenheiros e que já recebeu investimentos de US$ 150 milhões da matriz desde a sua criação, em 2005.
O centro do Google foi criado quando a empresa americana comprou a Akwan Information, criada por um grupo de professores e alunos do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No local era desenvolvido um buscador totalmente nacional que naquele momento detinha uma tecnologia de ponta que já ultrapassava os limites da universidade mineira.
“O Google quis um local de desenvolvimento de pessoas e comprou a empresa. Aqui trabalhamos em escala global, operando de forma similar à matriz americana”, diz Berthier Ribeiro Neto, diretor de engenharia do Google e um dos fundadores da empresa comprada pelos americanos.
A filial tem uma boa parcela de “culpa” pelo sucesso do Google. Segundo a empresa, 100% das melhorias do sistema de busca passam, de alguma maneira, pelos projetos desenvolvidos pela equipe de Minas Gerais. Essa equipe foi inclusive responsável pela 2ª mudança mais importante do buscador em toda a sua história (a empresa não quis informar qual foi).
E mudanças acontecem sempre no buscador, embora a experiência para o usuário permaneça praticamente a mesma. Em 2012, foram apresentadas 118.812 propostas de alterações nos algoritmos (sistemas matemáticos complexos capazes de fazer as buscas) utilizados pela empresa. Dessas, 10.391 passaram por uma análise mais detalhada e 7.018 foram testadas por usuários reais. No total, 665 mudanças foram feitas no buscador em 2012 (1,82 por dia).
?Todas essas alterações têm como base a mesma premissa: devem ser sempre automáticas, não podem sofrer interferência manual, pois poderiam interferir no principal alicerce da empresa, segundo Ribeiro Neto. “Não podemos romper a relação de confiança que temos com o usuário, por isso de maneira nenhuma privilegiamos algum resultado.”
Futuro
Apesar do crescimento e das melhorias feitas ao longo dos 15 anos, muito trabalho ainda deve ser feito, para que os algoritmos consigam, cada vez de forma mais simples e rápida, apresentar o resultado mais relevante para o leitor.
A função do sistema de busca do Google, segundo lema de Larry Page, CEO e fundador da empresa, é ser “uma ferramenta de pesquisa que entende exatamente o que você quer e devolve exatamente o que você precisa.” Para chegar a isso, o futuro prevê que que o usuário sequer clique no que ele quer encontrar e a informação ainda assim chegue até ele. Nesse futuro, a empresa investe na plataforma mobile, principalmente por meio de recursos de voz, de acordo com Scott Huffman, vice-presidente de Engenharia do Google. Para ele, a equipe ainda tem muito trabalho para levar, de forma simples, todas as métricas complicadas por trás da busca do usuário.
Fonte: JB – Bruna Saniele