A operação conjunta entre Prefeitura de Porto Alegre e Brigada Militar (BM) para cortar as árvores no entorno da Usina do Gasômetro, no Centro da Capital, foi concluída antes do previsto. O corte começou por volta das 5h e foi encerrado antes das 10h desta quarta-feira.
Segundo o Executivo municipal, 57 árvores foram removidas hoje. Outras 20 já tinham sido retiradas e seis ainda aguardam decisão da Justiça. No entanto, 32 devem ser preservadas. Inicialmente, a prefeitura informou que 70 mudas seriam derrubadas nesta quarta.
Ainda durante a madrugada, policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) cercaram o pequeno acampamento de 12 barracas, composto por um grupo de manifestantes contrários ao corte das árvores. Na ação, foram detidos 21 homens e seis mulheres. Todos foram soltos antes das 8h, após assinarem um Termo Circunstanciado por desobediência de medida judicial e por desacato, infrações que responderão em liberdade.
Segundo o secretário municipal de Gestão, Urbano Schimitt, o corte da vegetação ocorreu durante a madrugada para preservar a segurança das pessoas e evitar problemas no trânsito. “Foi uma preocupação grande para que houvesse uma rapidez nessa operação e tivéssemos menor impacto possível na questão do trânsito, como também na questão da segurança das pessoas que estão trabalhando e dos próprios manifestantes”, explicou em entrevista à Rádio Guaíba.
O corte de árvores foi autorizado pela Justiça no último dia 16. Por três votos a zero, os desembargadores liberaram a retirada de cerca de 100 mudas na avenida Edvaldo Pereira Paiva, a Beira-Rio. A decisão foi tomada pelo relator Carlos Eduardo Duro, pela presidente da Câmara, Maria Isabel Souza, e pelo desembargador Eduardo Kraemer.
A derrubada das árvores permitirá a continuidade da obra de duplicação da avenida, um dos projetos para a Copa do Mundo de 2014. “Agora o canteiro de obras está liberado e entendemos que ela (duplicação da via) esteja pronta até março do ano que vem”, ponderou o secretário de Gestão, Urbano Schimitt.
Como compensação pelo impacto ambiental da obra, a prefeitura da Capital promete providenciará o plantio de 401 novas árvores, das quais 130 já foram plantadas na área. Além disso, mais 2 mil espécies nativas devem ser plantadas no projeto da Orla do Guaíba.
Na última segunda-feira, um grupo de manifestantes se reuniu para protestar contra o corte dos vegetais em passeata pelas ruas da Capital. Apesar do corte, os ativistas prometem novas mobilizações para os próximos dias.
Com informações dos repórteres Mauren Xavier e Dico Reis
Fonte: Jornal Correio do Povo