Ao longo de mais de uma hora, no fim da manhã deste sábado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Estado, Raimundo Colombo, falaram sobre as operações deflagradas desde a madrugada para conter a onda de violência em Santa Catarina.
Cardozo, que dominou a maior parte da entrevista coletiva, confirmou atransferência de 40 presos para penitenciárias de segurança máxima federais e anunciou a deflagração da Operação Divisa. Segundo ele, a ação tem o objetivo de asfixiar financeiramente o Primeiro Grupo da Capital (PGC).
— Haverá um cerco policial nas divisas do Estado, feito em três modais: terrestre, aéreo e marítimo. Haverá barreiras fixas em vários locais e veículos transitando para realizar abordagens. Será uma fiscalização intensa, uma operação pente-fino — anunciou o ministro, pedindo paciência à população que trafegar por estradas.
Cardozo também disse que, até então, 25 pessoas já haviam sido presas em operações policiais desde a madrugada. E acrescentou:
— Entre os que foram presos, existem advogados. E é muito importante dizer que, num estado de direito, ninguém deve ficar à margem da lei. Espírito corporativo é legítimo quando defende prerrogativas. E prerrogativas não são privilégios. Havia indícios de que esses advogados detidos tinham envolvimento com o crime organizado.
Sobre a Força Nacional, o ministro fez questão de dizer que o comando está sob a responsabilidade do coronel Nazareno Marcineiro, da PM, para afastar qualquer indício de intervenção federal. Por outro lado, Cardozo foi quem dominou o pronunciamento, anunciando as principais medidas.
O governador Colombo, que falou no início e no fim da entrevista, destacou que essa a maior operação policial já vista no Estado. Tanto ele quanto o ministro também se desculparam pelo sigilo das informações nos últimos dias, para não comprometer a operação.
Segundo o governador, o trabalho conjunto entre governo federal e estadual já vinha sendo articulado deste o início dos ataques e as tropas estavam prontas para chegar ao Estado em duas horas e trinta minutos após o primeiro chamado.
— Decidimos chamá-los depois do Carnaval para garantirmos ainda mais a segurança da população e do andamento da operação — afirmou Raimundo Colombo.
O governador disse também que com esta operação o Estado rompeu “o cordão umbilical” do crime organizado em Santa Catarina e que as ações em conjunto com a Força Nacional continuam por tempo indeterminado. O ministro complementou:
— Estamos deixando à disposição do Estado quantas vagas em penitenciárias federais de segurança máxima forem necessárias. Hoje foram 40 transferências, mas podem ser mais.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE