FERNANDA MENA
EDITORA DA “ILUSTRADA”
Um ano antes de o Brasil ganhar os holofotes do mundo na Copa de 2014, a bola vai rolar no campo do mercado editorial brasileiro.
Em 2013, os principais times de editores do planeta voltarão seus olhos para a produção nacional durante a Feira Internacional do Livro de Frankfurt, a maior vitrine global do setor, que homenageará o país no ano que vem.
Trata-se de uma ótima oportunidade para um mercado que ainda é tímido internacionalmente, apesar de crescer dentro das fronteiras.
Por aqui, editores e livreiros vivem seu momento best-seller: criam selos populares para acolher uma nova classe média que começa a descobrir os livros e a se acotovelar nas grandes redes de livrarias aos finais de semana.
O ano de aquecimento para a Copa é também o momento equilibrar a balança cultural em outros setores.
Se, nos últimos dois anos, os brasileiros viveram sua era de ouro dos festivais e megashows internacionais, em 2013 o cenário deve mudar.
O encalhe de ingressos para apresentações da diva Madonna e da neodiva Lady Gaga apontam que a “bolha dos shows” pode ter estourado em 2012. O suspense em relação a grandes festivais como Summer Soul, SWU e Planeta Terra confirma que, em 2013, o horizonte da música pop por aqui será diferente.
A nova lei da TV paga, que determina cotas de conteúdo nacional nos canais a cabo, vai turbinar a produção audiovisual no país e misturar temas e cores brasileiros aos enlatados de sucesso.
O Brasil que é destino de musicais, concertos e exposições internacionais terá, além da visibilidade proporcionada pelos megaeventos esportivos de 2014 e 2016, o empurrãozinho de uma ministra que, em três meses à frente da pasta, demonstrou ter força política para movimentar a agenda da cultura.
Desde que assumiu o MinC, Marta Suplicy conseguiu aprovar o projeto do Vale-Cultura, que tramitava no Congresso desde 2009.
O benefício de R$ 50 a trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos (R$ 3.390) para o consumo de produtos culturais deve ser implementado em julho e injetar R$ 7 bilhões ao ano no setor cultural.
A primeira grita é de que essa grana será majoritariamente gasta em produtos e atrações já consagrados. A segunda é que muitos desses produtos e eventos já foram bancados com dinheiro incentivado, ou seja, o contribuinte pagaria a conta duas vezes: na produção e na bilheteria ou no balcão.
O debate é bom e promete esquentar em 2013.